5. Vá além da diversidade para valorizar as comunidades
A diversidade na mídia é apenas um aspecto da verdadeira Visibilidade Indígena. Apoie o controle dos Povos Indígenas sobre território, tecnologia e produção econômica.
Por meio do comissionamento justo – apoie diretamente a aquisição de novas tecnologias para as comunidades indígenas, bem como provisão técnica, treinamento de habilidades, troca de conhecimento, capacitação e remuneração justa.
A diversidade linguística, étnica, de gênero e racial é vital para que profissionais de produção e distribuição de conteúdo possam ajudar a romper as desigualdades persistentes na economia da mídia global, ajudando assim a tornar o conteúdo mais inclusivo. A presença indígena na mídia é um exercício de reconhecimento de diversos costumes, tradições, crenças e práticas não apenas no nível individual, mas também como parte de um coletivo.
View this post on Instagram
‘Tawna: Film from the Territories’ é um coletivo de cineastas indígenas da Amazônia equatoriana, que faz filmes e realiza treinamentos cinematográficos em comunidades locais.
“É importante fazer alianças estratégicas com cineastas da Amazônia e despertar novos criadores e artistas, pessoas que estão crescendo, para que haja mais vozes da floresta tropical."
Yanda Montahuano, cineasta e fundadora do Tawna, Povo Sapara, Equador
Mídia Índia é uma plataforma de notícias indígena, fundada em 2015, por comunicadores e comunicadoras Guajajara que, desde então, se tornou uma plataforma nacional. A plataforma conta com mais de 100 colaboradores e colaboradoras indígenas, enviando notícias de todo o Brasil.
Uma retrospectiva do trabalho da Mídia Índia, traçando sua trajetória desde a cobertura da campanha presidencial de Sonia Guajajara até as cúpulas internacionais sobre o clima.
View this post on Instagram
“Percebo que existe uma demanda maior por esse tipo de fotografia [relacionada às lutas indígenas], mas também acredito que vem da nossa própria presença nas redes sociais, da nossa presença como povos indígenas.”
Edgar Kanaykõ, Etnofotógrafo e Antropólogo, Povo Xakriabá, Brasil
“Mas a imparcialidade, eu acho, tem servido como uma desculpa para fechar os olhos, para continuar perpetuando narrativas, uma linguagem que continua a tornar [as comunidades] mais vulneráveis ao invés de transformá-las. Então, as narrativas - especialmente aquela que está surgindo muito no momento, e da qual eu faço parte - são as narrativas ou o jornalismo de soluções. Então, o jornalismo também tem que transformar essa forma de operar. Para não chegar, ser visto, pegar todas as informações e depois partir. Acho que também devemos fazer parte das soluções para essas comunidades. Claro, nós, como jornalistas, não somos ONGs - não temos muito dinheiro para poder colaborar. E sim, também temos que ter muito cuidado na hora de colaborar com algo, porque qualquer tipo de remuneração ou contribuição sempre pode gerar conflitos e interesses, mais do que para elas, para nós. Mas por que não dar a elas ferramentas para que se ajudem, ferramentas de que elas próprios precisam, para que elas próprios digam que é disso que precisamos?”
Sara Aliaga Ticona, fotojornalista, Povo Aymara, Bolívia
Capítulos do relatório ligados a este princípio (conteúdo em inglês)
Quais são os riscos e desafios de produzir imagens climáticas nos Territórios Indígenas?
Imagens do clima e pesquisa de mídia
Rumo a uma abordagem baseada em valores
Extrativismo audiovisual
Garantindo uma remuneração justa para os Povos Indígenas
Ascensão da esfera pública indígena
A brecha visual na América Latina
O papel da mídia independente