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6. Facilitar a autorrepresentação indígena, sua narrativa visual e participação integral

EN: "Stories between the lines". Embera woman with body painting made with the jagua fruit. ES: "Historias entre líneas". Mujer emberá con pintura corporal elaborada con la fruta de jagua. PT: "Histórias entre linhas": Mulher Embera com pintura corporal feita com a fruta jagua.

As pessoas que detêm o conhecimento indígena precisam de liberdade para falar, agir e controlar como, por que, onde e com que efeito e impacto suas histórias são transmitidas e comunicadas. As histórias são melhor contadas por quem as conhece, quem as vive nas florestas e que são a linha de frente em sua luta por direitos e por uma participação equitativa na transição climática.

O simples fato de abordar questões indígenas na mídia não dá necessariamente oportunidades para as comunidades contarem suas próprias histórias; pelo contrário, a cobertura da mídia pode oprimir as vozes das minorias e perpetuar a invisibilidade. Esforce-se para criar conteúdo de, por, para e entre os povos indígenas.

“Se você enviar um/a fotógrafo/a de Nova Iorque, que nunca esteve em uma reserva, ele/a vai te dar algumas imagens realmente básicas, porque essas pessoas ... não estão sentindo da mesma maneira que alguém que é daquela reserva ou indígena sentiria. Há certas coisas que você pode entender.”

- Josué Rivas, fotógrafo Mexica / Otomi, Cofundador da Fotografia Indígena, México / EUA

Devemos acelerar a autodeterminação dos Povos Indígenas, permitindo que a produção de conteúdo, a modelagem de narrativas e a distribuição de informações permaneçam sob o controle indígena. Profissionais de mídia devem se aproximar dos Povos Indígenas e aprender de suas abordagens próprias e exclusivas para narrativa visual, produção de conteúdo dinâmico e distribuição de mídia. Todas as mídias, narrativas e informações obtidas durante uma produção de conteúdo, dentro das comunidades indígenas, devem ser compartilhadas de volta com quem participou dela, sempre que possível.

 

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Ajude a desenvolver capacidades para que os Povos Indígenas possam produzir, disseminar e consumir seus próprios produtos de mídia, permitindo-lhes participar como parceiros iguais e partes interessadas na economia global da mídia. Aumente a capacidade da mídia indígena e redes indígenas, apoiando o avanço profissional de fotógrafos e fotógrafas indígenas, fotojornalistas, profissionais e ativistas de edição, produção, cinematografia, pesquisa, defesa, trabalhos comunitários e demais profissionais de comunicação dentro dos territórios ou comunidades indígenas.

“Se um fotógrafo que mora naquele lugar há tanto tempo e que conhece a história tira aquela foto, ela mostra uma cena diferente ... Quando eu vejo aquela foto, ela toca meu coração. A dramatização de tudo o que nossos antepassados, nossos avós sofreram, tudo o que aconteceu naquela época, eu captei em uma imagem, e isso realmente me tocou muito.”

Norlando Mezo, fotógrafo Guna

EN: During a reenactment of the historic Guna Revolution of 1925. ES: Durante una recreación de la histórica Revolución Guna de 1925. PT: Durante uma reconstituição da histórica Revolução Guna de 1925.

“Cada fotógrafo exterioriza sua opinião moldada pelo seu contexto e pelas informações que possui, neste caso sobre os Povos Indígenas. Então, a forma como somos representados, por meio da fotografia, depende da opinião do fotógrafo ... a visão de mundo indígena é diferente, e essa particularidade fica evidente nas fotos.”

Mara Bi, fotógrafa, Povo Embera, Panamá

EN: "Ûma's Eye": Ûma is one of the three star gods in Embera culture. ES: "Ojo de Ûma". Ûma es uno de los tres dioses de las estrellas en la cultura Embera. PT: "Olho de Ûma": Ûma é um dos três deuses das estrelas, na cultura Embera.

“É muito difícil se desvincular da sua maneira de ver a realidade e se adaptar ao jeito do receptor não indígena - a valorização ou a mensagem da imagem deve atingir as expectativas ou os mecanismos de reação de quem vê a vida de uma maneira totalmente diferente de você.”

Mara Bi, fotógrafa, Povo Embera, Panamá

Uma exposição durante a NYC Climate Week de 2019, apresentando trabalhos dos fotógrafos indígenas Edgar Kanaykõ, Mara Bi, Nura Batara, Alejandro Fresly. O trabalho foi exibido na Our Village, evento organizado pela organização indígena If Not Us Then Who.
A fronteira colombiano-venezuelana corta o território do Povo Wayuu. As meninas Wayuu da comunidade Alakat contaram e escreveram que muitas delas não sabiam o que era a fronteira. Karla e Luzbeidy Monterrosa, que participaram da documentação, também aparecem na foto. Crédito da foto: Pablo Albarenga, un foto para ‘Ome, Pütchi, Poraû’, um projeto da Agenda Propia, mídia independente colombiana.

“Em um dos projetos, trabalhei na Colômbia com a Agenda Propia. Os jornalistas que escreveram os textos eram todos indígenas e principalmente dos territórios em que estávamos trabalhando. Essa troca foi ótima porque tudo o que fizemos foi feito de forma coletiva. Os textos foram publicados em espanhol, português e em cada uma das línguas indígenas.”

- Pablo Albarenga, fotógrafo de documentários e contador de histórias visuais, Uruguai

EN: Photo for Ome, Pütchi, Poraû, a project by Agenda Propia, Colombian independent media. ES: Foto de Ome, Pütchi, Poraû, un proyecto de Agenda Propia, un medio de comunicación independiente colombiano. PT: Foto para Ome, Pütchi, Poraû, um projeto da Agenda Propia, mídia independente colombiana.

“Eu acho que dar às pessoas de cor e comunidades indígenas, comunicadores indígenas, uma plataforma para escrever o que eles acham que é importante para eles é crucial”.

Laura Beltrán Villamizar, Editora de Fotografia, Revista Atmos